Mosteirinho de São José
No coração da fazenda dos cistercienses, ergue-se o acolhedor Mosteiro de São José, carinhosamente apelidado de “Mosteirinho”. Sua história é um testemunho vivo do legado cisterciense na região de Itaporanga, remontando a 29 de julho de 1936, quando a Santa Sé doou aos monges essas terras, outrora denominadas de “Patrimônio de São João Baptista” – a cerca de 7 km da cidade – como um espaço espiritual e produtivo.
Dedicado a São José, cuja festa litúrgica é comemorada a 1º de maio (dia do aniversário da dedicação do Mosteiro), o Mosteirinho se tornou uma peça fundamental na vida da comunidade, uma vez que foi idealizado para ser um priorado simples da Abadia – uma parte da comunidade vivendo em outro ambiente-, para abrigar os religiosos responsáveis pelos trabalhos agrícolas e pecuários, essenciais para a subsistência dos monges e a manutenção da Abadia na cidade.
Desde sua concepção, o projeto arquitetônico, sob a orientação de Ir. Nivardo Nüdling e Ir. André Vianni, revelou-se uma obra de pequeno porte e relativamente singela, porém muito delicada e precisa. Lançando a pedra fundamental a 19 de março de 1954, sob a bênção e mandato de Dom Abade Atanásio Merkle, os cistercienses começaram a construir esse lugar especial, cuja simplicidade e delicadeza inspiram paz e recolhimento. Com o auxílio incansável dos irmãos, a edificação foi concluída em brevíssimo tempo, tendo sido inaugurada em 20 de agosto de 1955, na Solenidade de São Bernardo de Claraval, após 17 meses de trabalho intenso e especializado, sobretudo devido à grande quantidade de irmãos aptos e disponíveis para o trabalho de construção civil. A inauguração do priorado foi um grande marco na história da comunidade, e era motivo de grande felicidade para os fundadores.
Em seus dezesseis anos, o priorado abrigou cerca de dez religiosos, sob a autoridade de um prior conventual nomeado por Dom Atanásio, que os visitava uma vez por semana, incentivando-os na fé e na sua vocação cisterciense. A comunidade, mesmo estando fisicamente separada da Abadia, era tida em alta consideração, e a fraternidade entre ambas era evidente nas frequentes visitas e no apoio recíproco.
Em 1971, no entanto, com a renúncia de Dom Atanásio e com a transição da liderança da comunidade, o priorado simples foi dissolvido e o Mosteirinho passou a desempenhar uma nova função. Sob a orientação de Dom Estevam Stork, o edifício foi reformado e significadamente ampliado, transformando-se em um centro de retiros espirituais, destinado a acolher paroquianos, movimentos e pastorais.
Apesar da dissolução do priorado simples, e sem a presença constante dos monges, o Mosteirinho continua a fazer parte da propriedade dos cistercienses e mantém viva a sua essência de ser um espaço de esperança, inspiração e espiritualidade. Através de suas atividades como casa de retiros, o Mosteirinho continua a ser um lugar onde pessoas de diferentes origens e trajetórias podem se conectar com Deus e encontrar paz em meio à simplicidade e beleza da vida monástica.