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Trabalhos e Atividades

Desde a sua fundação em 1936, os monges de Itaporanga seguiram com dedicação a tradição dos trapistas da Bósnia – legada pelo seu fundador, Dom Atanásio Merkle -, em possuir um mosteiro com uma grande diversidade de atividades. Nesses quase cem anos de vida monástica, eles têm se dedicado a uma variedade de atividades, das quais os trabalhos agrícolas e pecuários ocupam um lugar de destaque para a subsistência da comunidade monástica. Além disso, com amor devoto à Igreja local e à evangelização, exercem um cuidado pastoral atencioso junto às paróquias de Itaporanga e Riversul, demonstrando o compromisso com as necessidades espirituais da região.

Agropecuária

Os monges cistercienses de Itaporanga possuem uma longa tradição de trabalho agropecuário, a qual remonta aos monges alemães Ir. José Maria Boos e Ir. Adalberto Kubus, que desbravaram as terras do Patrimônio de São Joao Batista, dada aos monges em 1936. A agricultura e a pecuária estão intimamente relacionadas aos princípios e valores da mais autêntica tradição cisterciense, que preza pela autonomia financeira e sustentabilidade da comunidade através do trabalho das próprias mãos, além de refletir a busca pela simplicidade, harmonia com a natureza e a valorização dos recursos que a terra oferece.

Com os recentes avanços acadêmicos e tecnológicos, relacionados à cultura da soja e a bovinocultura leiteira, a comunidade monástica de Itaporanga polarizou-se nessas duas modalidades, sobretudo a partir da primeira década de nosso século. A produção de soja, por exemplo, permite que os monges cultivem um produto de uma grande e rica aplicabilidade no mercado, uma vez que é usada para a fabricação de produtos cosméticos, farmacêuticos e veterinários, além de possuir outras aplicações curiosas, tais como adesivos, adubos, formuladores de espumas, revestimentos, tintas e plásticos. Da mesma forma, os monges se dedicam à bovinocultura leiteira, área pecuarista relativamente forte nas proximidades paranaenses, a qual permite que os monges tenham uma atividade econômica especializada que sustenta quase todas as despesas do mosteiro. De fato, nos últimos anos, sob a orientação de especialistas, a comunidade tem constantemente investido em melhorias do setor leiteiro, a fim de garantir um maior bem-estar dos rebanhos e uma maior qualidade do leite produzido, o que valeu à comunidade reconhecimento produtivo regional. 

As atividades agrícolas e pecuárias, entretanto, não se limitam à soja e à produção de leite, mas também abrangem outras áreas, como o cultivo do milho, sobretudo para a silagem das vacas, além de outras culturas para o consumo próprio dos monges, tais como hortaliças, frutas, galinhas, porcos e ovelhas. Dessa forma, seguindo um dos mais fundamentais elementos da tradição cisterciense, que é o trabalho manual, os monges de Itaporanga procuram dar continuidade ao legado recebido ao decorrer dos séculos.

Paróquias

Os monges cistercienses alemães que chegaram a Itaporanga em 1936 foram incumbidos de assumir a responsabilidade de duas paróquias locais: a de São João Batista em Itaporanga e a do Bom Jesus em Riversul – SP. Essa designação foi feita por Dom José Carlos de Aguirre, bispo diocesano de Sorocaba, a qual pertencia as duas paróquias na época. A paróquia de Itaporanga havia sido criada em 5 de março de 1855, separando-se da paróquia de Itapeva – SP, enquanto a paróquia de Riversul foi estabelecida em 12 de dezembro de 1928, separando-se da própria paróquia de Itaporanga.

Esses monges, bebendo da fonte da tradição da sua ordem, empenham-se, desde longa data, em criar um ambiente propício para o crescimento espiritual dos fiéis, enfatizando a a importância da contemplação e do silêncio, o que incentiva os paroquianos a encontrar momentos de recolhimento e oração em meio ao ritmo acelerado da vida cotidiana. Através da sua própria vida monástica, demonstram a necessidade da busca da interioridade e do contato íntimo com Deus, inspirando todos a cultivar uma vida espiritual mais profunda. Os cistercienses de Itaporanga se esforçam para conciliar a vida monástica com as atividades paroquiais; através da celebração dos sacramentos, como a Eucaristia e a Confissão, e da administração dos movimentos e pastorais paroquiais, procuram promover o Reino de Deus em meio à sociedade contemporânea.

A dedicação dos monges sacerdotes abrange uma ampla gama de atividades pastorais, desde o acompanhamento espiritual dos fiéis até o envolvimento com grupos e iniciativas da comunidade paroquial. Dessa forma, desempenham um papel ativo na vida religiosa e social dessas paróquias, buscando transmitir os ensinamentos da fé e oferecer apoio espiritual àqueles que buscam orientação. Assim, desempenhando uma função essencial no fortalecimento da vida religiosa local e no fomento do crescimento espiritual dos fiéis, combinam sua vida monástica, que é a sua vocação primeira, com o serviço pastoral às comunidades de Itaporanga e de Riversul, e de toda a diocese de Itapeva, da qual fazem parte desde 1968.

Loja

Os monges possuem uma loja de artigos religiosos que desempenha um papel importante nas finanças da comunidade monástica e na divulgação de materiais de fé, que tem sua origem desde a primeira década da fundação do mosteiro. A loja de artigos religiosos é mais do que um estabelecimento comercial, é um local que reflete os valores espirituais e a devoção dos monges. O objetivo principal dessa iniciativa é auxiliar nas despesas da comunidade, proporcionando recursos financeiros para a manutenção do mosteiro, para o sustento dos monges e para o apoio a projetos monásticos.

Além disso, a loja desempenha um papel significativo na divulgação de materiais de fé autênticos e de qualidade. Os monges, selecionando cuidadosamente os produtos oferecidos, garantem que sejam de origem confiável e de acordo com os ensinamentos da Igreja. Essa seleção criteriosa abrange uma ampla variedade de artigos religiosos, como terços, crucifixos, imagens sagradas, livros espirituais, velas, entre outros itens que podem auxiliar os fiéis em sua vida de oração e devoção.

A loja, portanto, desempenha um papel duplo: contribui para as despesas da comunidade monástica e atua como um canal para a promoção de materiais de fé. Essa iniciativa reflete a dedicação dos monges em manter a sustentabilidade financeira do mosteiro, ao mesmo tempo em que oferecem aos fiéis a oportunidade de adquirir produtos que possam fortalecer sua vida espiritual e sua relação com Deus. Através dela, os monges compartilham sua fé e contribuem para a difusão de bons materiais religiosos, buscando inspirar e apoiar aqueles que buscam uma vida de fé mais profunda.

Atividades filantrópicas

Os monges se dedicam a fornecer assistência espiritual e material a várias entidades filantrópicas, mesmo que de forma indireta. Buscando promover o cuidado com o próximo, estão atentos às necessidades das pessoas que buscam auxílio de diversos órgãos civis. Desde a fundação do mosteiro, tornou-se evidente a profunda necessidade de apoio social à população local, e os monges não mediram esforços para contribuir na construção de hospitais, abrigo para menores, centro de reabilitação química e outros empreendimentos.

Através de sua dedicação e serviço, os cistercienses demonstram seu compromisso em auxiliar os menos privilegiados e proporcionar um ambiente de esperança e cura, compreendendo a importância de estender a mão para aqueles que enfrentam dificuldades diversificadas. Dessa forma, os monges se envolvem em projetos e iniciativas que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas e oferecer suporte em momentos de vulnerabilidade.

Através de sua atuação junto às entidades filantrópicas, eles contribuem para o fortalecimento da comunidade e para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Seu compromisso em auxiliar os necessitados reflete os valores fundamentais de compaixão, generosidade e amor ao próximo que são essenciais na vida cristã. Assim, os monges não apenas nutrem a vida espiritual das pessoas, mas também se empenham em atender às necessidades práticas e oferecer um apoio holístico às comunidades que servem, de acordo com suas possibilidades.

Rádio São João Batista

Os monges de Itaporanga têm uma rádio católica denominada “Rádio de São João Batista”, que desempenha um papel significativo na evangelização e promoção da cultura local. Através dessa estação de rádio, os cistercienses buscam difundir a mensagem do Evangelho e compartilhar a fé católica com a comunidade, utilizando a mídia como uma ferramenta para alcançar um público mais amplo.

A Rádio FM de São João Batista oferece uma programação variada, que inclui tanto programas de ensinamento religioso, reflexões espirituais, música sacra e momentos de oração, como músicas seculares de qualidade. Os monges se dedicam a produzir um conteúdo que inspire, informe e fortalece a fé dos ouvintes. Além disso, a rádio também desempenha um papel importante na promoção da cultura local, destacando eventos, tradições e talentos artísticos da região.

Por meio da Rádio de São João Batista, os monges de Itaporanga demonstram seu compromisso em levar a mensagem do Evangelho ao mundo contemporâneo, utilizando os meios de comunicação para alcançar e impactar a vida das pessoas. Combinando a evangelização com a promoção da cultura local, eles desempenham um papel ativo na construção de uma comunidade mais conectada, inspirada pela fé e enraizada em sua própria identidade cultural. A rádio se torna assim um canal de transmissão da mensagem de amor e esperança, contribuindo para o fortalecimento espiritual e cultural da comunidade em torno de São João Batista.

Scriptorium

Os monges de Itaporanga, atentos à preciosidade litúrgica, dedicam-se à elaboração de livretos litúrgicos relacionados ao Ofício Divino e aos diversos rituais, seguindo os princípios herdados da tradição cisterciense. Seguindo a tradição da Ordem, os monges veem a importância da continuidade na prática litúrgica ao longo do tempo.

Inspirados pelos monges copistas medievais, que preservaram os textos sagrados e os textos litúrgicos, se empenham em elaborar publicações litúrgicas que conectem as práticas pré-conciliares e pós-conciliares, sobretudo no que se refere ao canto gregoriano-cisterciense e à sobriedade monástica. Dessa forma, procuram garantir que a liturgia seja vivenciada de maneira coesa, com uma compreensão da sua rica história e uma adaptação responsável às mudanças litúrgicas promovidas pelo Concílio Vaticano II.

Ao criar esses subsídios, os cistercienses desempenham um papel significativo na preservação da herança litúrgica e na promoção da unidade na vivência da fé, e, assim, buscam a harmonia entre a tradição cisterciense tridentina e as orientações litúrgicas pós-conciliares, oferecendo recursos que ajudam a comunidade a se engajar plenamente na celebração litúrgica. Com seu trabalho, almejam criar uma conexão entre o passado e o presente, respeitando a reforma litúrgica em vigor e nutrindo a “hermenêutica da continuidade” tão valorizada pelo legado de Bento XVI.

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