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A Regra de São Bento

O monaquismo cristão, que tem as suas raízes mais profundas no Egito e na Síria, produziu, desde o século III, inumeráveis formas de textos sobre espiritualidade, sobre a conversão do coração, e sobre a vida de grandes monges que viveram em célebres mosteiros. No século IV, porém, surgiram as regras  monásticas, que propuseram diferentes formas de organização dos mosteiros, além de fornecer diretrizes seguras de direção das comunidades para os abades e seus auxiliares. 

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O exemplar historicamente mais importante da Regra de São Bento  é datado de ca. de 810, tendo sido copiado em St. Gall na Suíça.

Entre as várias regras monásticas existentes, destaca-se a “Regra” escrita em latim por Bento de Núrsia, por volta de 529. A Regra de São Bento reflete a longa experiência de Bento como monge e como abade, além de refletir a tradição monástica até então existente, a qual Bento bem conhecia. A Regra consta com um Prólogo e setenta e três capítulos, que fornecem noções basilares sobre os elementos monásticos essenciais, tais como a virtude da humildade e da obediência, a oração comum cotidiana, o silêncio, a leitura orante, o trabalho manual,  além de estabelecer outros detalhes para a vida comunitária, como o vestuário, a medida da comida e da bebida, a medida do sono, o cuidado para com os enfermos, a recepção dos hóspedes, a recepção de vocacionados, etc. Embora a Regra prescreva detalhes da rotina monástica, ela também permite que o abade possa adaptar a vivência de certas observâncias para a sua comunidade, o que a torna muito flexível.

Na idade Média a Regra de São Bento foi amplamente louvada pela sua simplicidade, seu equilíbrio, sua adaptabilidade, e por seu humanismo, o que favoreceu fortemente sua propagação por todo o ocidente, sobretudo na Era Carolíngia. De fato, a Regra mostrou-se um instrumento tão eficaz para a aquisição das virtudes, que chegou a ser considerada inspirada pelo Espírito Santo em alguns concílios regionais.

Ao longo dos séculos, a regra de São Bento foi amplamente copiada, traduzida e publicada. No último século, também foram publicados inúmeros estudos acadêmicos e comentários espirituais sobre a Regra, o que nos demonstra que a Regra de São Bento continua sendo um dos grandes clássicos da espiritualidade cristã.

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