A Ordem Cisterciense

A Ordem Cisterciense realiza em si a graça da vida cenobítica da qual nosso glorioso Patriarca São Bento julga como o poderosíssimo gênero de monges (cf. RB 1,13). Com o objetivo de unir-se mais intimamente a Deus, homens e mulheres de todos os tempos agrupam-se em famílias religiosas de pessoas que abandonam seus sonhos para viverem o sonho de Deus em suas vidas sob uma regra de vida inspirada pelo próprio Espírito Santo na direção da imitação de Cristo e de seu Evangelho.

A tônica característica da vida cisterciense é dada pelo contexto de sua gênese no final do século XI, em 1098, quando um grupo de 21 monges decidiram abdicar uma vida monástica mais cômoda e, em meio ao pântano de Cister, erigiram um Novo Mosteiro que prezava pela observância integral daquilo que São Bento havia prescrito em sua Santa Regra redigida no século VI. O exemplo de nossos pais fundadores, os Santos Roberto, Alberico e Estevão, e de outros irmãos de vida santa que deixaram um precioso legado em testemunho e doutrina, como São Bernardo, Santo Elredo, São Guilherme, dentro outros, inspiram e conduzem a continuação dessa obra de Deus através dos séculos.

Tendo florescido nos séculos posteriores por toda a Europa e, em seguida, por todo o mundo, a Ordem Cisterciense mantém a sua missão profética no testemunho de vida dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, e dos votos monásticos de estabilidade e conversação dos costumes, pois, uma vez inseridos em diversas realidades de igreja, os caminhos do Espírito nos conduziram a presentemente, no século XXI, sermos uma comunidade de comunidades, que valorizam o que há de mais caro no exercício de nossa vocação – a caridade!

Desde os primórdios, é essa caridade perfeita que se faz nosso objetivo de ação a cada dia, pois “rejeitando o fardo de qualquer exigência material, procuramos exclusivamente a caridade e a utilidade das almas nas coisas divinas e humanas” (Carta da Caridade, 4) na prática de nossa vocação, da qual teremos o prazer de aprofundar mais e mais, com a Graça de Deus, no presente de Deus em nossas vidas.

Por Ir. Elredo Barbosa