Perguntas Frequentes
Estou em dúvidas entre várias comunidades a escolher. Deveria entrar em contato mesmo assim?
Claro! Um vocacionado é um vocacionado. Entrar em contato e visitar o mosteiro não torna ninguém um monge com vínculos formais. É justamente o primeiro contato, e posteriormente a visita, que lhe permitirá discernir não apenas a sua vida religiosa, mas também a sua vida espiritual como um todo.
Quero ser monge, mas também quero muito ser padre. Há algum problema nisso?
Não! De fato, há muitos vocacionados que se sentem profundamente atraídos para a vida sacerdotal. Em nosso mosteiro, a vocação sacerdotal é extremamente necessária, uma vez que possuímos uma ampla gama de atividades pastorais. No entanto, note que o sacerdócio só é concedido pelo Abade a alguns irmãos, e apenas após a profissão solene. Além disso, uma vez ordenados, continuam sujeitos à vida regular e aos trabalhos manuais.
Quanto tempo leva, em média, para um vocacionado se tornar monge?
Se um vocacionado tem foco e se mostra solícito para com a comunidade, o tempo total até a sua profissão solene será de seis anos. Apesar disso, com base no direito próprio e universal, esse tempo poderá se estender por até treze anos.
Quais são as possibilidades de trabalho ou serviço comunitário para os formandos?
No período formativo, os trabalhos manuais são voltados, principalmente, à limpeza e à manutenção do mosteiro e dos jardins internos e externos.
Quais são as possibilidades de trabalho ou serviço comunitário para os professos solenes?
Em nosso mosteiro, os professos solenes podem, segundo o desejo do Abade, realizar diversos trabalhos dentro e fora do mosteiro. Na clausura, os monges poderão desenvolver trabalhos na cozinha, na padaria, na loja do mosteiro, na sacristia, na hospedaria, em alguma arte que o monge saiba e se disponha a fazer para ser comercializada, no bosque etc. Fora da clausura, os monges poderão trabalhar no mosteirinho com a bovinocultura leiteira e com a produção agrícola em seus diversos produtos. Os padres, por sua vez, poderão desempenhar diversos trabalhos pastorais junto às paróquias de Itaporanga e Riversul, através das celebrações das missas, dos sacramentos da penitência e extrema unção e, em alguns casos, poderão exercer a função de pároco ou de vigário paroquial. Além disso, os monges, de uma maneira geral, poderão prestar algum auxílio, ainda que indireto, às entidades filantrópicas e outras instituições que contam com o auxílio do mosteiro, a saber: hospital, asilo, comunidade de reabilitação química, abrigo para menores, escolas etc.
A minha família poderá me visitar no mosteiro?
Sim! Em nosso mosteiro os familiares de nossos irmãos são sempre bem vindos e esperados, em qualquer época do ano.
Os monges podem usar computador, celular e internet?
Os professos solenes têm licença do Abade para possuir e usar aparelhos eletrônicos segundo as necessidades pessoais. Os formandos, por sua vez, conforme instrução do Capítulo Geral da Ordem Cisterciense, ocorrido em 2022, poderão usá-los limitadamente; em nosso mosteiro, por exemplo, o seu uso é permitido apenas nos domingos.
Os monges têm férias? E os formandos?
Em algumas circunstâncias, a palavra “férias” poderá ser problemática no contexto da vida religiosa. Mas partindo do princípio semântico de que a palavra “férias” signifique “visita à família”, a resposta à pergunta é afirmativa. Os professos solenes têm direito a quinze dias anuais para visitar a sua família. Já os formandos não poderão visitar sua família até que façam a profissão simples, exceto em casos de óbito ou outras circunstâncias de natureza grave; essa orientação faz parte do programa formativo da vida monástica e visa ajudar o vocacionado a se desapegar do modo de vida anterior ao ingresso.
Quanto tempo levará para que um monge que se dedica às práticas ascéticas chegue à santidade?
Charada: Dentro da tradição cisterciense, após a morte de um monge, a comunidade monástica continua rezando por um mês pela sua alma. Por quê?
Como é possível lidar com as dúvidas, os desafios e as tentações na vida monástica, e como manter uma fé forte e uma motivação constante para seguir essa vocação?
Fazendo o que os santos fizeram: amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, um dia de cada vez.
De fato, nós monges não estamos isentos de oscilações dos mais diversos gêneros. Por sermos desobedientes, rebeldes e anárquicos, fazemos voto de obediência, para estarmos crucificados com o Cristo obediente. Por sermos instáveis, volúveis e flutuantes, fazemos voto de estabilidade, por amor à comunidade, que é o corpo místico de Cristo. E por sermos fracos em virtude e em comportamento, e em tudo reprováveis, fazemos voto de conversação dos costumes, para que possamos agir interna e externamente como dignos de tal merecimento.
Todos os monges estudam em Roma?
O Curso de Formação Monástica do Pontifício Ateneu Santo Anselmo é realizado anualmente em Roma, na Casa Generalícia da Ordem Cisterciense. Está aberto a todos os monges que se mostram interessados e aplicados aos estudos monásticos da tradição beneditina-cisterciense, segundo o parecer do Abade e da comunidade.
Quais são as possibilidades de evangelização e missão para um monge, e como é possível levar a mensagem do Evangelho para o mundo?
A vida religiosa e consagrada é missionária não em virtude do que os religiosos fazem, mas sim em razão daquilo que são perante a Igreja e o mundo. Jesus pediu-nos para ser sal da terra e luz do mundo. A função do sal é dar sabor, a função da luz é iluminar; da mesma forma, a função do religioso é ser um outro Cristo, que prega o Evangelho não tanto com as palavras e obras, mas sobretudo com o testemunho de vida. Eis a razão pela qual os monges foram os missionários que evangelizaram a Europa após a invasão dos bárbaros.
Sou muito extrovertido/introvertido, a vida monástica é para mim?
E por que não seria? A vida monástica possui seus momentos de convívio e de fraternidade, assim como seus momentos de silêncio e solidão. Da mesma maneira que um introvertido poderá ter dificuldade em conviver com os irmãos, o extrovertido poderá ter dificuldade em ficar sozinho. Dessa forma, a vida monástica se mostra um desafio para todos, sem exceção! O mosteiro é um ambiente propício para que possamos aprender a conviver conosco mesmos e com o nosso próximo.
Tenho medo de entrar no mosteiro e me arrepender no futuro, e agora?
É comum que um jovem possa ter medo de que a vida monástica o impeça de alcançar seus sonhos e objetivos futuros e de que a sua escolha irreversível o torne frustrado para sempre. Por quê?
Simples, porque ele desconhece a natureza da vida religiosa. Ser monge não é um emprego que trará sucesso temporal a ninguém. Antes, é um estilo de vida crucificado com o Senhor. Um monge consciente não se importa com o seu futuro, pois para ele o que importa é o presente, é o agora, o qual lhe permite doar-se por completo para Aquele que o chama e que o espera. Por essa razão, o monge não só não teme a morte, como anseia por ela, a fim de estar completamente na presença de Deus, face a face.